Apresentação


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quinta-feira, 8 de julho de 2010

A Segunda Guerra Mundial - Desenrolar e Término

Segue a postagem da terceira e última parte do texto sobre a Segunda Guerra Mundial.
Aproveitamos para também postar as duas primeiras partes revisadas.

...No decurso da Segunda Guerra Mundial, podemos destacar o dia seis de junho de 1944, que entrou para a história como o Dia-D, como um dos mais importantes deste conturbado período. Naquela data, foi realizada, o que continua sendo até os dias atuais, a maior operação de invasão marítima da história. Contando com a participação de impressionante quantidade de navios de guerra, veículos navais e aéreos para o transporte de tropas e milhares de aviões de combate de variados modelos, a Batalha da Normandia, tratada pelo codinome de Operação Overlord, foi o marco que deu início à reação aliada que terminaria por libertar a França, oitenta dias mais tarde, definindo de forma inconteste os rumos e o fim da Guerra.

A maioria dos historiadores, entretanto, acredita que em junho de 1944 a queda Terceiro Reich já estaria definida, mas sem o sucesso da invasão da Normandia, região da França banhada pelo Atlântico e escolhida pelos aliados para o desembarque no continente, provavelmente os russos teriam vencido a Guerra sozinhos, alterando o equilíbrio das forças e o cenário político na Europa pós-guerra, abrindo o caminho para a hegemonia do comunismo no continente.

Muitos dos rumos e estratégias da guerra foram tomados sem o conhecimento público e, somente após a queda do Muro de Berlin e da dissolução da União Soviética, ocorrida oficialmente em 31 de dezembro de 1991, vieram à tona uma complexa rede de intrigas diplomáticas e documentos que comprovam os pactos de não agressão e acordos secretos para a divisão da Europa, firmados entre a Alemanha e a União Soviética, apenas duas semanas antes do início da Segunda Guerra, ocorrido em 01/09/1939 com a invasão e divisão da Polônia entre as duas potências. (229)

Entretanto, Hitler, após a tomada da França em apenas seis semanas, e sentindo-se forte o suficiente para dar os próximos passos em direção ao domínio mundial, precisava decidir-se entre atacar os britânicos, agora apoiados pelos norte-americanos, ou partir para a expansão de suas fronteiras orientais atacando e ocupando seu antigo aliado, a União Soviética. Analisando que britânicos e norte-americanos precisariam ainda de cerca de dois anos para se equiparem e oferecerem alguma ameaça real aos seus planos de hegemonia continental, resolveu-se pela segunda opção, deslocando grande parte de suas tropas para a invasão da União Soviética, iniciada em 22 de junho de 1941, com o codinome de Operação Azul.

Apesar de alertado por alguns de seus generais e por diversas evidências coletadas por seu sistema de informações, Stalin não acreditava na quebra do acordo e invasão eminente pela Alemanha. Uma vez concretizada tal situação, Stalin viu-se forçado a trocar de lado e propor um pacto aos britânicos. Por este novo acordo, os Aliados comprometiam-se a abrir uma segunda frente de batalha, atravessando o Canal da Mancha para retomar a França e forçar os alemães a deslocar grande parte de suas tropas para a região, aliviando a pressão sob a frente de batalha oriental.

Em sérias dificuldades para enfrentar e deter os alemães, Stalin esperava ansioso pela nova frente de batalha, entretanto, tal operação foi sendo postergada pelos aliados, da primavera para o verão, do verão para o outono, ano a ano, adiando a invasão da Normandia de setembro de 1942 até junho de 1944, enfurecendo Stalin e deixando as principais disputas da guerra ocorrerem entre alemães e soviéticos, com enormes perdas e dificuldades para estes.

Churchill, principal responsável pelas sucessivas postergações na abertura da nova frente de batalha, dominando o uso de táticas agressivas de negociação, as utilizava para preservar as tropas aliadas ao mesmo tempo que castigava as forças da Alemanha e da União Soviética.

“A demora é a forma mais letal de negociação.”

Desde 1942, o fronte oriental da guerra utilizava mais de 60% das divisões de combate de Hitler, enfrentando os soviéticos. Apesar da Batalha da Normandia ter recebido maior atenção da imprensa e historiadores ocidentais, e sem a intenção de desmerecer sua importância, não existem precedentes na história para o porte dos combates travados nos territórios ocupados da antiga União Soviética. Batalhas como as de Stalingrado, Kursk, Leningrado, Sebastopol, Kiev e Moscou, alteraram decisivamente o curso da Guerra.

A Batalha de Stalingrado (atual Volgogrado), considerada a batalha mais sangrenta da história da humanidade e o ponto de mudança no desdobramento da II Grande Guerra, foi marcada pela brutalidade e pelo desrespeito aos civis por ambos os lados. Iniciada em 19 de agosto de 1942 e vencida pelos soviéticos em 02 de fevereiro de 1943, sendo responsável, segundo estimativas, por perdas dos dois lados de mais de dois milhões de baixas, entre militares e civis.

Numa cidade sob escombros, e combatendo ferozmente de rua em rua, casa por casa, o exército alemão chegou a ocupar noventa por cento da cidade de Stalingrado e arredores, motivados por uma persistência quase insana, de Hitler, de tomar a cidade que tinha o nome do ditador soviético. Mas o desgaste diário dos mais de cinco meses desta operação, com baixas cada vez maiores de homens e equipamentos, teve um custo muito elevado para as forças do Eixo, destruindo um quarto do total de seus efetivos na Frente Oriental. A impossibilidade de Hitler cumprir suas reiteradas promessas feitas aos seus comandantes na frente de batalha, de enviar reforços e suprimentos, forçando os soldados alemães a passarem por enormes dificuldades e forte racionamento de comida, terminou por minar sua moral e gerar um sentimento de abandono e traição por parte do Reich. Ao final da batalha, os soviéticos somaram mais de um milhão de baixas, mas a partir desta derrota os nazistas não conseguiram mais se recuperar, sendo este o marco do início da libertação da União Soviética e da derrocada da Alemanha.

Cerca de cinco meses mais tarde, em 04 de julho de 1943, outra derrota do exército alemão, na batalha de Kursk, considerado o maior confronto de carros blindados de todos os tempos, arruinou sua temida capacidade ofensiva. De um lado, os países do eixo contavam com 900 mil soldados apoiados por 2.700 dos temíveis tanques Panzer, 10 mil peças de artilharia e 2.500 aviões, entre caças e bombardeios. Os soviéticos, que enfrentaram os alemães com 1,3 milhões de homens, cerca de 3.300 tanques, 20.000 peças de artilharia e mais de 2.600 aviões, cavaram trincheiras, instalaram baterias de canhões e minaram a área de combate. Os soviéticos contaram ainda com a ajuda do serviço de informações britânico, que por esta época já havia conseguido decodificar as mensagens da máquina Enigma, permitindo que soubessem com antecedência todos os planos bélicos das forças armadas da Alemanha para a campanha de Kursk. Ao final de oito dias de batalha, com suas tropas arrasadas e as divisões de tanques Panzer destruídas, Hitler, abatido e pessimista com o provável desenrolar da Guerra, suspendeu o ataque e ordenou a retirada de Kursk, contra a vontade de seus comandantes. Após a vitória em Kursk, o exército soviético, que até então apenas resistia ao avanço alemão, passou à contra-ofensiva, somente parando em Berlin, forçando a capitulação do Terceiro Reich, em 07 de maio de 1945.

Já no final de 1942, os países do eixo também enfrentavam problemas em outras frentes. Sem o devido apoio, provavelmente, em função da grande mobilização de suas forças combatendo os soviéticos, as tropas de ocupação da África, os AfricaKorps, comandados pelo general Erwin Rommel (1891 – 1944), foram derrotados no Egito, em outubro, pelo general britânico Bernard Montgomery (1887 – 1976), retirando-se rumo à Tunísia. Com o desembarque dos norte-americanos na região, em maio do ano seguinte, os AfricaKorps rendem-se, perfazendo cerca de 250 mil soldados alemães e italianos feitos prisioneiros. Em julho de 1943, os aliados desembarcam na Sicília, Benito Mussolini é destituído e a Itália muda de lado. Em início de junho de 1944, coincidindo com a invasão do noroeste europeu, a ofensiva aliada recupera Roma. Em setembro foi a vez de Florença, culminando com a rendição das forças alemãs na Itália, em abril de 1945.

Por sua magnitude e vital importância, a invasão da Normandia foi minuciosamente planejada, calculada e preparada pelo alto comando aliado. Grande parte do armamento bélico foi produzido nos Estados Unidos e transportado para o palco da batalha. Despistar o exército alemão da complexa logística e intensa movimentação de milhares de soldados, aeronaves, embarcações, veículos de transporte e de assalto, tanques de guerra, suprimentos, assim como confundir o inimigo sobre o local e data escolhidos, exigiu perícia e competência do sistema militar de informações dos aliados.

Doze nações aliadas incluindo a Austrália, Canadá, Bélgica, Estados Unidos, França, Checoslováquia, Grécia, Holanda, Noruega, Nova Zelândia, Polônia e Reino Unido participaram da invasão, fornecendo unidades de combate. A Operação Overlord teve seu início em 01 de junho de 1944, mas nos dias que antecederam o desembarque nas praias da Normandia, imperava um mau tempo com nuvens carregadas e chuvas intermitentes, dificultando a travessia do perigoso e traiçoeiro Canal da Mancha e protelando a ordem final de ataque do general norte-americano Eisenhower (1890 – 1969), o supremo comandante aliado. As tropas, já embarcadas nos porões de cerca de três mil barcos de transporte, ancorados na costa da Inglaterra, sofriam com os enjôos causados pelo tempo ruim. James Stagg, o oficial meteorologista, por fim, assegurou ao general Eisenhower que haveria uma trégua nas condições meterológicas no dia seis, definindo assim a data que viria a ficar conhecida como o Dia-D.

Ainda na madrugada do dia seis de junho, mais de 800 aviões lançaram seis regimentos de pára-quedistas anglo-americanos, com mais de 13 mil homens, atrás das defesas alemãs, frustrando a estratégia de Rommel e desorientando-os. Em seguida, ao amanhecer, cerca de 155 mil homem dos exércitos dos Estados Unidos, Grã-Bretanha e Canadá, lançaram-se nas praias da Normandia.

Concluída a libertação de Paris, os exércitos aliados tomaram a direção da própria Alemanha, ultrapassando sua fronteira em setembro de 1944. Em início de 1945, norte-americanos e britânicos, pelo oeste, e soviéticos, pelo leste, disputavam uma verdadeira corrida para ver quem chegava primeiro em Berlin.

Para ler os textos completos, acesse os links abaixo.

Arquivos com os textos completos para consulta e download:
A Segunda Guerra Mundial - Desenrolar e Término
 
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