Apresentação


Este blog destina-se a profissionais, estudantes e demais interessados nas áreas da Ciência da Informação, Arquitetura da Informação, Ciência da Computação, Tecnologia da Informação e História da Ciência, constituindo-se como um espaço para a publicação e discussão de temas que contribuam para a compreensão e desenvolvimento destas áreas

quinta-feira, 28 de junho de 2012

Ciência x Filosofia


Cada época tem suas próprias ideias e crenças, que influenciam o modo como se desenvolve a ciência. O cientista social sofre múltiplas influências no desenvolvimento de suas pesquisas, destacando-se os paradigmas e interesses do grupo ao qual pertence e ao contexto no qual se insere o seu trabalho (TOMANIK, 2004, p. 11).
O problema do entendimento humano, ocupando há vários séculos a mente de renomados pensadores, como Locke, Hume, Kant, Schopenhauer, Dilthey e Husserl, entre outros, vem sendo tratado por abordagens metodológicas diversas, próprias de cada época. Em comum, estas abordagens têm sido amparadas apenas por uma ou mais das disciplinas citadas anteriormente, todas, porém, no âmbito ou das ciências da natureza ou das ciências sociais. Estas abordagens têm-se mostrado, ao longo do tempo, ineficientes e incapazes de alcançar o seu propósito explicativo. Em seu tempo de vida, a grande maioria dos filósofos mencionados acima podia contar quase que tão somente com suas próprias conjecturas mentais e a de seus antecessores, apoiadas pelas ferramentas da lógica, então disponíveis. Com a evolução da ciência nas diversas áreas do conhecimento, tornou-se possível testar hipóteses essencialmente filosóficas, construídas tanto por filósofos como por psicólogos e demais cientistas sociais, por meio de experimentos elaborados em disciplinas como a física, a química, as neurociências e a computação, permitindo uma abordagem multidisciplinar de tais discussões, e a obtenção de resultados mais objetivos.
Seguindo esta mesma linha de pensamento, o filósofo norte-americano Alexander Rosenberg (1946 - ) afirma que a interação entre a ciência e a filosofia, especialmente o modo como as teorias e descobertas científicas impactam a filosofia, demonstram como uma é indispensável à compreensão da outra. Rosenberg estabelece uma definição funcional da filosofia, separando-a em dois grupos, de acordo com as questões que tratam: no primeiro grupo estariam as “questões a que a ciência – física, biológica, social e comportamental – não pode responder agora e talvez nunca seja capaz de responder”; no segundo grupo estariam as “questões sobre o motivo pelo qual as ciências não conseguem responder à primeira série de questões” (ROSEMBERG, 2009, p. 17). Certamente, as tentativas de definições gerais sobre o conceito de informação, as exaustivas discussões sobre o tema, assim como os esforços para a construção de uma teoria unificada da informação (HOFKIRCHNER, 1999), se encaixam na categoria de problemas que a Ciência da Informação não tem conseguido responder e que, sem um relacionamento estreito com a filosofia, talvez nunca consiga.

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