Cada época tem suas próprias ideias e crenças, que
influenciam o modo como se desenvolve a ciência. O cientista social sofre múltiplas
influências no desenvolvimento de suas pesquisas, destacando-se os paradigmas e
interesses do grupo ao qual pertence e ao contexto no qual se insere o seu
trabalho (TOMANIK, 2004, p. 11).
O problema do entendimento humano, ocupando há vários séculos
a mente de renomados pensadores, como Locke, Hume, Kant, Schopenhauer, Dilthey
e Husserl, entre outros, vem sendo tratado por abordagens metodológicas diversas,
próprias de cada época. Em comum, estas abordagens têm sido amparadas apenas
por uma ou mais das disciplinas citadas anteriormente, todas, porém, no âmbito ou
das ciências da natureza ou das ciências sociais. Estas abordagens têm-se
mostrado, ao longo do tempo, ineficientes e incapazes de alcançar o seu
propósito explicativo. Em seu tempo de vida, a grande maioria dos filósofos
mencionados acima podia contar quase que tão somente com suas próprias conjecturas
mentais e a de seus antecessores, apoiadas pelas ferramentas da lógica, então
disponíveis. Com a evolução da ciência nas diversas áreas do conhecimento,
tornou-se possível testar hipóteses essencialmente filosóficas, construídas tanto
por filósofos como por psicólogos e demais cientistas sociais, por meio de
experimentos elaborados em disciplinas como a física, a química, as neurociências
e a computação, permitindo uma abordagem multidisciplinar de tais discussões, e
a obtenção de resultados mais objetivos.
Seguindo esta mesma linha de pensamento, o filósofo
norte-americano Alexander Rosenberg (1946 - ) afirma que a interação entre a
ciência e a filosofia, especialmente o modo como as teorias e descobertas
científicas impactam a filosofia, demonstram como uma é indispensável à
compreensão da outra. Rosenberg estabelece uma definição funcional da
filosofia, separando-a em dois grupos, de acordo com as questões que tratam: no
primeiro grupo estariam as “questões a que a ciência – física, biológica,
social e comportamental – não pode responder agora e talvez nunca seja capaz de
responder”; no segundo grupo estariam as “questões sobre o motivo pelo qual as
ciências não conseguem responder à primeira série de questões” (ROSEMBERG,
2009, p. 17). Certamente, as tentativas de definições gerais sobre o conceito
de informação, as exaustivas discussões sobre o tema, assim como os esforços
para a construção de uma teoria unificada da informação (HOFKIRCHNER, 1999), se
encaixam na categoria de problemas que a Ciência da Informação não tem
conseguido responder e que, sem um relacionamento estreito com a filosofia,
talvez nunca consiga.
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